Biografia de Newton

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Isaac Newton nasceu no dia de Natal de 1642 em Woolsthorpe, Inglaterra, ano da morte de Galileu Galilei (pelo calendário actual estávamos a 4 de Janeiro de 1643 – O calendário adoptado em Inglaterra – calendário gregoriano – estava atrasado em 10 dias). Quando nasceu era um bebé tão frágil que pensavam que não iria sobreviver. Seu pai, um proprietário rural analfabeto, havia morrido meses antes. Apenas com três anos de idade Newton, foi abandonado pela mãe que vem a contrair novo matrimónio e veio a ser criado pelos seus avós. Desde criança mostrava uma incrível habilidade para construir objectos mecânicos artesanais, porém o seu primeiro contacto com a matemática ocorreu apenas quando tinha 20 anos de idade e já em Cambridge.

Newton não era uma pessoa agradável as suas relações com outros académicos ficaram célebres, sobretudo nos últimos anos da sua vida, pois, envolveu-se em acesas discussões.

Aparentemente a paixão de Newton pela matemática foi despertada com a Geometria de Descartes, que devorou sofregamente e de maneira auto-didacta. Os anos de 1664 a 1666 ficaram conhecidos como Anni Mirabiles.

Newton deduziu o binómio que tem o seu nome e desenvolveu um método para a solução de problemas com grandezas variáveis denominado por ele como “método das fluxões”, conhecido hoje como cálculo diferencial e integral. Descobriu a natureza da luz através de experiências engenhosamente concebidas com prismas, fendas e anteparos. Deduziu a expressão da aceleração centrípeta e com ela comparou a aceleração necessária para manter a Lua na sua órbita com a aceleração com que os objectos caem na superfície da Terra.

Em 1669 Newton assume o ensino da matemática no Trinity College da Universidade de Cambridge, sucedendo a Isaac Barrow, professor influente no despertar de Newton para a matemática. A dedicação de Newton à matemática e á filosofia natural nunca mais seria a mesma dos Anni Mirabiles, pois agora estava dividido entre outras paixões, como a alquimia e os estudos bíblicos.

Em 1672 publicou um artigo sobre a natureza das cores que foi mal recebido pela comunidade científica. Excessivamente sensível com esta recepção retraiu-se e desistiu de publicar outras descobertas. Isto custou-lhe caro pois, o filósofo alemão Gottfried Leibniz publicou antes dele o chamado cálculo diferencial e integral, que está na base da maior parte da física moderna. Sabe-se hoje que Newton descobriu o cálculo diferencial e integral antes de Leibniz, mas o seu trabalho foi publicado muito mais tarde. Começou assim uma enorme discussão sobre quem tinha sido o primeiro, com cientistas a defenderem vigorosamente os dois oponentes. É notável, porém, que a maioria dos artigos que aparecem a defender Newton tivessem sido escritos por ele mesmo, e apenas publicados em nome dos amigos! Com o aumento da discussão, Leibniz cometeu o erro de apelar para a Royal Society para decidir a disputa. Newton, como presidente, nomeou uma comissão «imparcial» para investigar, formada, por coincidência apenas por amigos seus! Mas isso não foi tudo: Newton escreveu depois o relatório da comissão e fez com que a Royal Society o publicasse, acusando oficialmente Leibniz de plágio. Como ainda não estava satisfeito, escreveu uma crítica anónima do relatório na publicação privada da Royal Society. Após a morte de Leibniz, diz-se que Newton declarou que tinha ficado radiante «por ter desfeito o coração de Leibniz».

Contudo diz a lenda, que foi Edmond Halley quem conseguiu tirar Newton do seu casulo. Halley teria visitado o amigo e comentado com ele a hipótese de que os planetas seriam atraídos pelo Sol, por uma força inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa. Essa hipótese era difundida entre os estudiosos da época, mas ninguém tinha conseguido demonstrar matematicamente que uma tal força provocaria necessariamente órbitas elípticas. Newton comentou que já tinha resolvido esse problema alguns anos antes, mas não sabia onde estavam as anotações. Algum tempo depois Newton escreveu um artigo de nove páginas, intitulado De Motu Corporum (Sobre o Movimento dos Corpos). No qual ele enunciava as três leis do movimento e demonstrava como uma força centrípeta inversamente proporcional ao quadrado da distância poderia manter os planetas em órbitas elípticas. Admirado, Halley passou a insistir para que Newton publicasse as suas descobertas. Newton, o perfeccionista, pediu um tempo para elaborar e organizar as suas ideias. E o que poderia ter sido, nas mãos de um cientista preguiçoso, um pequeno artigo, acabou por ser uma obra monumental. Halley, que acompanhava os seus trabalhos, publicou uma resenha da obra, pouco antes da sua publicação e mostrava o seu assombro. A resenha começa assim: “Esse incomparável autor, depois de finalmente persuadido a aparecer em público, fornece nesse tratado um exemplo realmente notável dos poderes da mente; e, de uma só vez, mostrou quais são os princípios da filosofia natural e a tal ponto extrapolou deles as suas consequências que parece ter esgotado o tema, pouco deixando para os que o sucederão”.

A obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica foi publicada em 1689 em latim, a língua “oficial” da época. É certamente uma das maiores obras científicas de todos os tempos. O seu sucesso foi imediato na Grã-Bretanha. No continente a obra impunha-se mais lentamente, enfrentando a resistência de cientistas como G. W. Leibniz, que consideravam as interacções à distância um conceito místico e inaceitável.

Depois da publicação da obra Principia Mathematica Newton tornou-se uma celebridade. Teve um papel activo na política anti-católica em Cambridge e mais tarde no Parlamento, tendo acabado por ser recompensado com o lucrativo lugar de administrador da Real Casa da Moeda. Aí usou os seus talentos tortuosos e vitriólicos de maneira mais aceite socialmente, orquestrando com êxito uma campanha contra a moeda falsa, chegando a mandar vários homens para a forca.

Foi condecorado com o título de Sir (primeiro cientista a conquistar essa honra). Só esporadicamente se dedicou à ciência, publicando algumas revisões de seus trabalhos. Nessa época, quando era presidente da Casa da Moeda e afastado dos estudos, foi-lhe apresentado um problema elaborado pelo matemático suíço Bernoulli, que tinha sido proposto como desafio aos matemáticos europeus. Consta que Leibniz teria pedido 6 meses para o resolver; como não o conseguiu resolver no prazo, pediu mais 6 meses. Newton recebeu o problema numa tarde, e no dia seguinte, antes de sair para o trabalho, havia resolvido o problema e criado um novo ramo da matemática. Mostraram a solução do problema a Bernoulli sem dizer o nome do autor, ele teria adivinhado que fora Newton, e dito: “Conhecemos um leão pelas suas garras”.

Isaac Newton morreu em 1727, como presidente da Royal Society, pouco tempo antes de completar oitenta e cinco anos de idade. Foi enterrado na Abadia de Westminster, Londres. Sobre seu túmulo foi inscrito em latim o seguinte epitáfio: “Que os mortais se regozijem por ter existido tamanho ornamento da raça humana”.

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